São Paulo, domingo, 26 de novembro de 1995
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'Idéia era viver limite entre homem e mulher'

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Alvo das críticas sobre o desempenho de Sarita Vitti, o ator Floriano Peixoto, 36, surpreende ao responder sobre a identidade da personagem.
"A idéia era viver o limite entre o homem e a mulher. Não queríamos definir como 'drag queen' ou travesti. A melhor definição para Sarita é sua alma feminina", afirma.
Peixoto diz que gostaria de fazer um personagem declaradamente travesti e mostrar o preconceito vivido pelos homossexuais, mas acha que as condições em que a novela vai ao ar não permitem.
O temor foi de que Sarita chocasse o público e provocasse uma reação capaz de tirá-la da trama. A tática é conquistar o público para a grande causa de Sarita na novela: adotar uma criança com HIV.
"O Brasil não é igual à zona sul do Rio de Janeiro, onde tudo é assimilado rapidamente. Até agora, não houve sequer menção à vida amorosa ou sexual de Sarita, porque tudo tem que ser feito aos poucos", afirma.
Casado, Peixoto precisou da ajuda da mulher para aprender a andar de salto alto e a movimentar os longos cabelos implantados. O ator é obrigado a fazer a barba todos os dias e a depilar sobrancelhas, mãos e braços.
"Achei incrível as mulheres se depilarem por vaidade. No começo, isso foi o mais difícil. Agora, o mais difícil é encontrar o limite da interpretação de Sarita, entre homem e mulher", afirma.
A autora de "Explode Coração", Glória Perez, foi procurada pela Folha e não foi encontrada para discutir o assunto.
(FE)

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