São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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Ford e Toyota propõem reajuste de 6,19%

ARTHUR PEREIRA FILHO; CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Ford e a Toyota decidiram conceder aos seus funcionários reajuste de 6,19% sobre os salários de novembro, em uma só vez.
Os 6,19% representam a inflação de julho a outubro.
Os sindicatos da CUT e Força Sindical consideraram a proposta "aceitável".
A Anfavea, entidade que representa as montadoras, havia oferecido os 6,19%, mas em duas parcelas, o que foi rejeitado pelos trabalhadores. Apenas a General Motors de São Caetano (Grande São Paulo) aceitou.
A proposta da Anfavea previa ainda redução da jornada de trabalho para 42 horas semanais em janeiro, sem corte de salários, desde que o horário de trabalho fosse flexível, chegando ao máximo de 48 horas e mínimo de 36 por semana.
Os trabalhadores, no entanto, se recusavam a ultrapassar o limite de 44 horas semanais de trabalho.
Pela proposta da Ford, a jornada de trabalho semanal vai variar de 38 horas a 44 horas, dependendo da necessidade da empresa de aumentar ou diminuir a produção.
Esse acordo de jornada flexível já havia sido fechado com os trabalhadores da fábrica de São Bernardo. Será estendido aos funcionários das fábricas de São Paulo, Taubaté e Osasco.
Ainda pela proposta da Ford, quem recebe acima de R$ 2.500 (6% do total de 14.300 trabalhadores) terá aumento de 4%. Os restantes 2,19% formariam um "fundo de aumento por mérito".
Os recursos desse fundo seriam utilizados para conceder reajustes baseados no desempenho dos funcionários em 96.
Além do reajuste, a montadora oferece a todos os empregados um bônus equivalente a 60 horas de trabalho (cerca de 25% do salário), a ser pago em janeiro.
No caso da Toyota, os 6,19% serão aplicados sobre os salários de todos os 670 funcionários da montadora em São Bernardo do Campo, com exceção de gerentes e diretores.
A Toyota ficou de negociar mudança na jornada de trabalho a partir do ano que vem, segundo Carlos Alberto Grana, secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD (ligado à CUT).
Ele disse que a entidade defenderia a aprovação das propostas nas assembléias.
Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo (ligado à Força Sindical), disse que "não vai ser contra" a proposta da Ford em assembléia hoje.
Volkswagen
Volkswagen, Scania, Mercedes-Benz e General Motors (unidade de São José dos Campos, 97 km a nordeste de São Paulo) ainda não conseguiram fechar acordo salarial com os metalúrgicos da CUT. As negociações prosseguem nesta semana.
Fernando Tadeu Perez, diretor de Recursos Humanos da Volks, diz que a montadora espera chegar a um acordo até o dia 30.
General Motors
A General Motors deve reajustar o preço dos carros depois de fechar acordo salarial com os 12 mil trabalhadores da fábrica de São José dos Campos.
"Estamos trabalhando com margens de lucro absolutamente mínimas", diz José Carlos Pinheiro Neto, diretor de Assuntos Corporativos da GM. Para ele, o aumento, que ainda não tem índices definidos nem data para entrar em vigor, é "inevitável".
(Arthur Pereira Filho e Cristiane Perini Lucchesi)

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