São Paulo, terça-feira, 28 de novembro de 1995
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MEC defende reforma no ensino de SP

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Educação, Paulo Renato Souza, 50, afirmou ontem que a reforma no ensino estadual de São Paulo é um "conjunto de medidas extremamente corajosas e necessárias".
O posicionamento favorável à chamada "reorganização das escolas" ocorreu na Delegacia do MEC em São Paulo, em uma entrevista coletiva de imprensa, convocada para oficializar o apoio (verbal) do Ministério da Educação à reforma (leia texto ao lado).
As declarações foram feitas em um momento em que se acirram as divergências sobre as alterações na rede de 6.800 escolas. Já em 1996, serão criadas escolas só para a 1ª a 4ª série. No domingo, o governador Mário Covas chorou após ser chamado de mentiroso por manifestantes contrários à reorganização, em Ribeirão Preto (319 km ao norte de São Paulo).
Segundo o ministro, em 1983, quando foi secretário de Estado da Educação, "houve um grande debate sobre os pontos centrais que afetavam o ensino de São Paulo".
"Chegou-se a um acordo para retomar o modelo anterior (a 1975) de separar escolas de 1ª a 4ª série das de 5ª a 8ª e de 2º grau."
Para Souza, a pulverização de classes do mesmo nível por diversas escolas da mesma região "leva a um grande desperdício", que seria superado com a reorganização.
O ministro disse ainda que, nas regiões onde há escolas que foram melhoradas por ação dos pais, a reorganização vai permitir que essas melhoras se estendam às escolas de toda a região.
São nas escolas onde há uma participação significante de pais e alunos que têm surgido a maioria das manifestações.
Os pais dessas escolas não se conformam em, depois de passar anos lutando pela melhoria da escola, simplesmente perder os investimentos que fizeram -desde compra de computadores até a montagem das bibliotecas-, só porque o governo decidiu fazer uma reforma no ensino.
"O que o Estado fizer para melhorar o ensino será bom, mas não mexa com o que conseguimos arrumar na escola", afirma Nelson da Mata, pai de aluno.

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