São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995 |
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Corrupção
NELSON DE SÁ
- Posso dizer a meus filhos que ajudei a combater a corrupção no meu país. Ajudou a combater a corrupção, entende-se, levando ao presidente a gravação de uma conversa do embaixador Júlio César Gomes -assessor direto do próprio presidente, no Palácio do Planalto. Era o que faltava para detonar a investigação do Sivam, que vinha em segundo plano diante da novela do grampo. Agora não tem mais grampo para atrapalhar. E tem "corrupção" para investigar, na expressão do amargurado Francisco Graziano. Desvio Não longe dali, em Brasília, o presidente buscava voltar ao cotidiano, ao trabalho de "desenhar um novo país", frase dele, na Manchete. Mas, por mais bilhões que Sérgio Motta tenha citado, no anúncio da política de telecomunicações, o que interessava era a "corrupção". O próprio Sérgio Motta entrou no assunto, de passagem, mas sempre como um trator: - Não se iludam, senhores, cada desvio ético será punido rigorosamente. Não ficou claro a quem o ministro se referia, talvez a todos, ou a ninguém. Mas o assunto era a "corrupção". Até o presidente, tentando mudar de assunto, atacando o "nhenhenhém", coisas assim, não escapou. Falava do Brasil, mas a preocupação foi maior e ele desabafou, "nós não temos nada a esconder". Então, que aceite a CPI. Multidão - Realmente, está chovendo muito e a manifestação começa exatamente agora. Era a CBN, que escapou da Voz do Brasil para transmitir a caminhada pela paz. Mas "a chuva atrapalhou" e não foi bem, a caminhada. Na Globo, Cid Moreira, em vez de milhão, precisou falar em "multidão". Não foi apenas a chuva. Também os partidos, a religião. Também a própria violência, que abriu o dia da paz com um crime hediondo, em que duas pessoas foram "torturadas e enforcadas num bairro nobre do Rio", no registro entristecido da carioca TVE. Texto Anterior: Governo pode trocar Sivam por reformas Próximo Texto: Fitas foram desgravadas, afirma Jobim Índice |
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