São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995 |
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Planalto acha escuta superada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O presidente Fernando Henrique Cardoso quer se afastar das discussões sobre a autoria da escuta no telefone do embaixador Júlio César Gomes dos Santos para se ater apenas às apurações sobre tráfico de influência no caso Sivam."Para o Palácio do Planalto, esse caso está encerrado", disse ontem o porta-voz da Presidência, Sergio Amaral. Ele se referia ao envolvimento do governo na apuração do "grampo" conduzida pelo Ministério da Justiça. Anteontem, o presidente do Incra, Francisco Graziano, deixou o cargo após ser apontado como o responsável pelo pedido da escuta promovida pela Polícia Federal. Sobre a frase: "Se o presidente soubesse que a conversa estava sendo gravada, não me pediria o que me pediu", atribuída a Júlio César pela revista "Veja", Amaral inverteu a resposta e não respondeu o que lhe foi perguntado. "O que o embaixador pediu está estritamente dentro daquilo que são as funções do chefe do cerimonial no que diz respeito a trajes para cerimônias em Bruxelas e a filmes a serem passados no Palácio do Planalto", afirmou. Perguntado se a conversa estaria incluída na transcrição da PF, Amaral não descartou a possibilidade. Ele afirmou ainda que não há nada na fita da escuta "que não pudesse ser revelado". O secretário-geral da Presidência, Eduardo Jorge Caldas Pereira, será o responsável por indicar os três integrantes da comissão de sindicância a ser instalada para apurar o tráfico de influência. A assessoria jurídica da Presidência analisa os critérios para a nomeação dos membros. A rigor, devem ser funcionários estáveis do Planalto. Atualmente, a maioria dos funcionários é requisitada de outros órgãos federais. Texto Anterior: CRONOLOGIA DA CRISE Próximo Texto: 'Desvios éticos' serão punidos, diz Motta Índice |
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