São Paulo, quarta-feira, 29 de novembro de 1995 |
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PM matou refém no Morumbi, diz laudo
CRISPIM ALVES
O operário Osmar Moura do Nascimento recebeu um tiro na testa. A bala, que ficou cravada em seu crânio, foi disparada por uma submetralhadora HK 9 mm, usada pelo Gate na ação. A arma, no entanto, não foi apresentada para os exames da perícia. O outro refém morto, João Correia Sobrinho, também levou um tiro na cabeça. A bala não foi encontrada, mas há indícios de que ele também possa ter sido morto por um PM, uma vez que o tiro não foi à queima-roupa, segundo o IML (Instituto Médico Legal). Durante a tentativa de assalto, dois ladrões mantiveram 18 operários como reféns, desde a tarde do último dia 7 até a madrugada do dia seguinte, quando PMs do Gate invadiram o cativeiro. Os ladrões e dois reféns foram mortos. À época, o então comandante do Gate, capitão Wagner Cesar Gomes de Oliveira Tavares Pinto, afirmou que a invasão só aconteceu porque houve o disparo de um tiro -segundo ele por parte de um dos ladrões-, que matou um refém. Essa versão nunca foi confirmada pelos reféns sobreviventes. Tavares Pinto e outros quatro PMs foram afastados do Gate no último dia 13. O delegado Roberto Julião, do 34º DP, aguarda apenas o laudo pericial do local de cativeiro para indiciar os policiais. A polícia suspeita de que mais PMs tenham participado da ação. O secretário da Segurança, José Afonso da Silva, vai aguardar a conclusão do inquérito para se pronunciar. Sua assessoria informou, no entanto, que, se ficar comprovada a participação de outros PMs, eles serão afastados. No corpo do ladrão Francisco Fernandes Freitas foi encontrada uma bala calibre 38 de outra arma que não foi enviada para a perícia. Foram analisadas nove armas no total (seis submetralhadoras 9 mm, uma espingarda calibre 12 -usadas pelo Gate-, uma pistola 9 mm e um revólver calibre 38, que estavam com os ladrões). Texto Anterior: Ex-deputado do CE é condenado a 13 anos Próximo Texto: Polícia diz que 'cumprirá lei' Índice |
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