São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Metalúrgicos param empresas de autopeças

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os metalúrgicos da Força Sindical chegaram a parar ontem 85 empresas, que empregam cerca de 33 mil trabalhadores nos setores de autopeças, forjaria e parafusos no Estado de São Paulo, segundo o diretor da central, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Os três setores empregam cerca de 150 mil trabalhadores.
"Os acordos por empresa estão mais fáceis do que eu pensava. A Brazaço Mapri, por exemplo, ia parar, mas a diretoria comunicou a gente hoje (ontem) pela manhã que iria pagar os 26,79% em uma parcela que pedíamos. Assim, não houve greve lá", disse.
Algumas empresas tiveram greve de apenas meia hora com fechamento de acordo imediato.
Na cidade de São Paulo, segundo ele, das 49 empresas que foram paralisadas, 20 já fecharam acordo ontem. "A greve continua nas 29 empresas onde não teve acerto. E pode se estender para outras."
Houve casos, porém, de acordos firmados com os 26,79% parcelados, como queria o Sindipeças (representa os fornecedores de autopeças). "Se os trabalhadores da empresa aceitam o parcelamento, tudo bem", disse Paulinho.
A greve na Metalúrgica Krupp, em Jundiaí, por exemplo, que começou anteontem, terminou ontem após os trabalhadores aceitarem os 26,79% divididos em três parcelas mensais -9,21%, 4,11% e 4,11%- mais abono de R$ 200 a ser pago em janeiro. O diretor do Sindipeças, Wilson Começanha, é da direção da Krupp.
Segundo Paulinho, a maioria dos acordos -95%- prevê os 26,79% integrais. Ele disse que das 181 empresas com mais de 50 funcionários nos setores de autopeças, forjaria e parafusos na cidade de São Paulo, 102 (que empregam 37 mil trabalhadores) já se acertaram com os funcionários.
Na avaliação de Paulinho, "nesse ritmo de acordos" será possível terminar a greve em uma semana "no máximo".
O Sindipeças avaliou que 17 empresas, que empregam um total de 10 mil funcionários, pararam ontem no setor de autopeças.
Wilson Começanha disse que esse número de empresas paradas já configura "greve de uma categoria". Caso hoje o mesmo total se confirme ou seja ampliado, o Sindipeças vai pedir ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo o julgamento da greve.
Se isso acontecer o presidente do TRT, Rubens Tavares Aidar, já disse que não haverá julgamento das reivindicações, pois a instância já se pronunciou sobre elas.
O TRT determinou o pagamento dos 26,79% em uma parcela, mas o Sindipeças recorreu ao Tribunal Superior do Trabalho, cujo presidente, José Ajuricaba, suspendeu a sentença do TRT até o julgamento do mérito.

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