São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Regulamento para a TV paga é contestado

ELVIRA LOBATO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) entregou representação à Procuradoria Geral da República pedindo a anulação do regulamento da TV paga por cabo e do decreto sobre concessões de serviços de telecomunicações, baixados na terça-feira pelo governo federal.
A entidade alega descumprimento da lei 8.977/95, conhecida como a Lei da TV a cabo, segundo a qual a regulamentação deveria ser submetida ao Conselho de Comunicação Social do Congresso antes de ser baixada.
O risco de impasse na regulamentação já era previsto. A origem do problema está no fato de que o Congresso não instalou o conselho, cuja criação está prevista na Constituição.
O Ministério das Comunicações alega que cumpriu seu papel.
O deputado Koyu Iha (PSDB-SP), que atuou como relator do projeto de regulamentação da lei da TV paga por cabo na Câmara, avalia que a regulamentação baixada pelo governo privilegia as companhias telefônicas estatais.
O relatório apresentado pelo parlamentar propôs que as concessões para TV paga por cabo nos municípios com até 100 mil habitantes fossem gratuitas.
Segundo o deputado, nas pequenas cidades, o critério de escolha deveria ser técnico.
Pelo regulamento aprovado, todas as concessões serão pagas. Nas cidades com até 300 mil habitantes, o preço será fixado pelo governo e ganhará a concorrência o candidato que apresentar o projeto de melhor qualidade técnica.
Segundo Koyu Iha, o regulamento privilegia as companhias telefônicas porque, pela lei, elas poderão explorar o serviço nos locais onde a iniciativa privada não manifestar interesse -sem pagar pela concessão.

Texto Anterior: Scania adota as 40 horas
Próximo Texto: Governo anuncia programa de ajuste fiscal
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.