São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995 |
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Estudante diz que não foi maltratado
RONI LIMA
Ao chegar em casa, em Botafogo (zona sul), às 8h10, no mesmo carro do governador Marcello Alencar, as cerca de 50 pessoas que o esperavam, entre familiares e amigos, aplaudiram euforicamente. O governador e o chefe da Polícia Civil, Hélio Luz, que chegara em outro carro, ficaram na casa do empresário Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira por aproximadamente cinco minutos. Dez minutos após sua chegada, Vieira Filho foi então com a mãe, Cristina Chagas Gouvêa Vieira, à sacada de sua casa. Enquanto ele fazia o "V" da vitória para os jornalistas, sua mãe, chorando, acenou e falou: "Paz pro Rio". Pouco tempo depois, já barbeado e de banho tomado, voltou à sacada da casa para dizer aos jornalistas: "Estou ótimo, não fui maltratado". Ao se retirar, prometeu dar hoje uma entrevista sobre o sequestro. Seus pais -e alguns vizinhos- colocaram panos brancos nas janelas para simbolizar a paz. Em casa, Vieira Filho contou que, durante os 36 dias de cativeiro, se alimentava quatro vezes por dia: café da manhã, almoço, lanche e jantar. O que ele pedia para comer, os sequestradores compravam. Vieira Filho e José Zeno ficaram acorrentados pelo tornozelo. Para passar o tempo, jogavam carta e assistiam televisão. Diariamente, liam um jornal comprado pelos sequestradores. Todos os dias, às 18h, paravam para rezar. Vieira Filho disse ter tido a certeza que seria libertado quando, ao assistir na TV a uma reportagem sobre a caminhada Reage Rio, identificou um amigo na multidão. Após o alívio da tensão do sequestro e de conversar com amigos e parentes, Vieira Filho foi dormir. Durante todo o dia, não pararam de chegar flores e cartões de amigos e parentes. Texto Anterior: Linha Vermelha facilitaria ações Próximo Texto: Cativeiro foi transferido uma hora antes Índice |
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