São Paulo, sexta-feira, 1 de dezembro de 1995
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Cativeiro foi transferido uma hora antes

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Aos policiais que o soltaram, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira Filho disse que tinha sido levado para a casa em construção uma hora e meia antes de os policiais chegarem.
Vieira Filho afirmou que desde o sequestro, em 25 de outubro, era mantido em uma casa equipada com ar refrigerado, freezer, forno de microondas, vídeo-cassete e duas televisões em cores.
Segundo ele, os sequestradores também permitiam a leitura de jornais.
Nessa casa, ele teria tido a companhia de José Zeno, sequestrado em 30 de julho.
Segundo o filho do presidente da Firjan, na noite de anteontem os sequestradores avisaram que iriam transferi-los porque a polícia estava por perto.
Vieira Filho e Zeno foram postos em um carro, que rodou cinco minutos. O carro parou e eles entraram na casa em construção.
Para Vieira Filho, a casa em que estavam também fica em Santa Cruz da Serra. Ele disse que um dia ouviu passar um carro de som anunciando um show em Santa Cruz da Serra.
Diferentemente de Vieira Filho, Zeno contou que a casa em obras foi seu quarto cativeiro. Logo após o sequestro, ele disse ter ficado em cabana de lona montada em uma floresta. O segundo cativeiro, segundo Zeno, foi uma casa de cachorro.
Em 25 de outubro, Zeno disse que foi para a casa onde já estava o filho do presidente da Firjan. Segundo ele, os dois foram bem tratados nessa casa, vigiada por um casal e um travesti de peruca loura chamado de Dengoso pelos demais sequestradores.
Os sequestrados disseram que permaneceram acorrentados nessa casa e que faziam todas as refeições.
A casa em obra onde os dois foram achados pertence ao pedreiro Severino José da Costa, 34, levado de manhã à DAS (Divisão Anti-Sequestros) para prestar depoimento.
O sogro de Costa, Luiz Florentino da Silva, disse que o serviço na obra durou até as 17h de ontem.
"Os sequestradores devem ter visto a obra vazia e entraram. Ninguém da minha família participa de sequestro", disse Silva.
(ST)

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