São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Ministro quer 1996 como "ano da virada"

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro Pedro Malan (Fazenda) disse ontem que 1996 "tem de ser o ano da virada no que diz respeito às finanças públicas".
Em longo discurso a empresários da construção civil e do setor imobiliário, Malan considerou o déficit público como o principal problema a ser atacado em 1996.
Ele disse que "paradoxalmente", a principal razão para o crescimento do déficit em 1995 -chegou a R$ 20,98 bilhões até setembro- foi a queda da inflação.
Ela fez com que Estados e municípios perdessem o expediente de pagar contas vencidas para que elas tivessem seus valores nominais corroídos pela inflação.
O caso mais comum era da folha de pagamentos, que chegava ao final do mês valendo até 40% menos do que no começo do mês.
Malan disse que é justamente nos Estados e municípios que está o principal problema do déficit público, e que a reversão não tem como ser feita apenas pela ponta do aumento da receita.
"Na área federal, faremos o que tem de ser feito", disse.
Ele afirmou que, em recente almoço com embaixadores de 14 países europeus, ficou perplexo ao saber que esses países aposentam seus servidores públicos com 65 anos de idade e 35 de serviços, pagando de 70% a 80% do salário que eles tinham na ativa.
Com ironia, Malan disse que o Brasil que é rico, ao contrário da Europa, aposenta com menos de 50 anos de idade e com vencimento superior ao que o servidor tinha na ativa.
Malan disse que a economia brasileira deverá crescer em 1996 aproximadamente o mesmo que em 1995. Para este ano, os órgãos de pesquisa do governo estimam o crescimento entre 4% e 5%.

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