São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Empresários pedem julgamento da paralisação dos metalúrgicos

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os sindicatos patronais representantes dos setores de autopeças, forjaria e parafusos entraram ontem no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo com pedido de julgamento do dissídio coletivo de greve dos metalúrgicos da Força Sindical.
"É uma greve de categoria e claramente abusiva, feita em protesto contra a Justiça do Trabalho", disse Wilson Começanha, diretor do Sindipeças.
Os metalúrgicos foram à greve após o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), José Ajuricaba, ter determinado a suspensão da sentença do TRT que obrigava o pagamento de 26,79% de reajuste salarial (2% de aumento real embutido).
Até o julgamento do mérito, os empresários dos setores de autopeças, forjaria e parafusos são obrigados a pagar o que determina a lei para categorias com data-base em novembro -16,97%.
Os metalúrgicos vão contestar o pedido de julgamento do dissídio coletivo de greve. "A paralisação está acontecendo por empresa e não por categoria. Por isso, não cabe o julgamento do dissídio coletivo. Cada empresa tem de recorrer individualmente ao TRT", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
Segundo ele, pararam ontem 24 empresas em todo o Estado, que empregam cerca de 15 mil trabalhadores. O Sindipeças -representa o setor de autopeças- calculou em 13 o número de empresas paradas no seu setor.
Paulinho disse que em São Paulo já foram feitos 146 acordos por empresa, o que significa que 45 mil trabalhadores (60% da base do sindicato) já têm reajuste definido. Em Jundiaí houve um acordo, em São Caetano, 14, em Guarulhos, 12, e em Osasco, oito.
Paulinho disse também que a Sofunge, do setor de fundição, parou ontem pois a empresa se recusa a pagar o reajuste determinado no acordo com o setor.

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