São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Zulaiê defende reação de deputados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A presidente da CPI dos Bingos, Zulaiê Cobra, disse que os incidentes da madrugada de ontem ficaram "dentro do limite do contraditório" e nada fugiu ao seu controle.
Para Zulaiê, as tentativas de constrangimento dos depoentes por parte de integrantes da comissão, em especial pelo deputado Marquinho Chedid (PSD-SP), devem ser entendidas como reações naturais de quem está sofrendo acusações.
"Os deputados têm direito de se exaltar, de espernear. Eles estão sendo acusados e têm espírito de corpo", justificou a deputada, alegando que é difícil presidir as sessões de uma CPI suspeita de corrupção.
A tucana rebateu as queixas dos donos de bingos convocados para depor anteontem e que ficaram confinados em uma sala, sem comer.
"Não vou ficar dando ouvido para dono de bingo comparsa do Ivo Noal (bicheiro paulista)", disse Zulaiê.
Segundo a deputada, os membros da CPI também ficaram sem se alimentar. "Todo mundo se desgastou e se sacrificou. O tratamento VIP que eles queriam, eles não tiveram mesmo, declarou.
Zulaiê chamou de "bandidos" dois dos depoentes, Ricardo Steinfeld e Valdomiro Garcia Júnior, sócios do bingo Liberty, de São Paulo. "Eles voltaram a mentir à CPI ao negar que têm relação com o Ivo Noal. O Steinfeld é agressivo e cínico", afirmou.
Os depoimentos sobre as denúncias de extorsão por parte dos integrantes da CPI prosseguem na próxima terça-feira, quando será ouvido o procurador-geral de Justiça de São Paulo, José Emanuel Burle Filho, que acompanhou investigações da polícia paulista sobre as atividades dos bingos.

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