São Paulo, sábado, 2 de dezembro de 1995
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Ron Brown não comenta pedido do senador

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O secretário do Comércio dos EUA, Ron Brown, só vai comentar o pedido do senador José Sarney depois de receber comunicação oficial do governo.
A informação foi dada à Folha ontem pela porta-voz do Departamento do Comércio dos EUA.
Até o final da tarde, a Embaixada do Brasil em Washington não havia recebido solicitação do Senado sobre o assunto.
Na terça-feira, Brown, como já fizera em março, atribuiu as acusações contra o Sivam e a Raytheon a "perdedores" que "criam confusão".
Ele não citou nomes. O concorrente final da Raytheon no Sivam foi a empresa francesa Thomson-CSF. Na fase inicial, outras companhias, como a alemã Dasa, foram derrotadas pela Raytheon.
Brown também disse que "associados (dos perdedores) no Parlamento brasileiro estão tentando atrasar (a finalização do processo) na esperança de descarrilar o projeto e conseguir sua revisão".
O secretário Brown, 54, foi um dos mais ativos lobistas do governo dos EUA junto ao do Brasil em favor da Raytheon.
Mas as relações entre ele e a empresa esfriaram em fevereiro, depois que o jornal "The New York Times" publicou reportagem dizendo que a CIA (Agência Central de Inteligência) havia ajudado a Raytheon no Sivam.
A Raytheon acha que Brown foi a fonte do "Times". O secretário negou e insinuou que a fonte pode ter sido a própria CIA.
Esta é a segunda vez que o nome de Brown é associado a possíveis irregularidades que envolvem o Brasil ou brasileiros.
Em janeiro deste ano, dois senadores da oposição o acusaram de ter recebido um empréstimo secreto arranjado pelo empresário brasileiro José Amaro Pinto Ramos.
Os negócios financeiros de Brown são objeto de investigação comandada por um promotor independente.

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