São Paulo, domingo, 3 de dezembro de 1995 |
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Tema é difícil, diz psicanalista
FERNANDO ROSSETTI
Esse consenso leva à principal crítica aos livros infantis norte-americanos voltados para filhos de homossexuais. "São histórias de famílias muito felizes, que simplificam demais as coisas", afirma a vice-diretora da Faculdade de Psicologia da PUC de São Paulo, Miriam Debieux, sobre os livros "O Companheiro de Papai" e "Heather Tem Duas Mães", da editora Alyson. "Essas situações não são tranquilas e não dá para negar os problemas que a criança está sentindo com o pais, com a mãe e na escola", acrescenta. Um dos principais problemas é que, após a separação, em geral um dos ex-cônjuges não aceita a opção homossexual do outro. "Aí vira uma briga, onde os comentários feitos com os filhos são semelhantes ao de uma mãe que diz que a nova esposa do pai é uma prostituta", diz Ana Maria Sigal, professora de psicanálise do Sedes Sapientiae, em São Paulo. Para ela, mesmo assim, é possível o pai homossexual trabalhar a questão com o filho: "Se a homossexualidade for vivida com tranquilidade -e não como uma transgressão-, com o tempo, a criança vai perceber que é uma opção sexual como qualquer outra." Contra a paranóia de que filhos de homossexuais também teriam tendência à homossexualidade, tanto o antropólogo Luiz Mott como a psicanalista Miriam Debieux afirmam existir pesquisas que mostram que isso não ocorre. "Há 40 anos também se dizia que o divórcio seria uma marca insuperável para os filhos e hoje isso é tratado com naturalidade", diz Ana Maria Sigel. (FR) Texto Anterior: Termina hoje a primeira fase da Fuvest Próximo Texto: Pais tentaram proibir livros infantis nos EUA Índice |
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