São Paulo, segunda-feira, 4 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Índice

Meninas sofrem preconceito no esporte

DA REPORTAGEM LOCAL

No penúltimo fim-de-semana ficou provado que o skate feminino ainda existe, apesar da torcida contra. Nada menos do que 14 garotas se inscreveram para disputar um campeonato realizado em São Paulo.
Giuliana Ricomini, 20, estudante de educação física, foi a vencedora do campeonato. Ela conta que o preconceito é forte.
"Os próprios skatistas são preconceituosos. Já acostumei. Ou você não liga e continua fazendo o que gosta, ou pára e fica frustrada."
O campeão mundial, Digo, confirma a história: "Não querendo ser machista, acho que não tem nada a ver mulher andando de skate. As skatistas são diferentes, não têm cabeça de mulher, as roupas não são femininas e a cabeça também é diferente".
Rebeca Burnquist, 17, passou por preconceito parecido. Apesar de seu namorado, que também é skatista, não concordar com sua participação, ela foi a terceira colocada. "No final, ele ficou todo orgulhosinho."
Ela começou a andar de skate junto com o irmão, Bob, mas ficou parada uns nove anos.
"Fiquei bobinha. Só de olhar para o skate já caia. Mas quando soube que ia ter campeonato, treinei quatro dias seguidos para disputá-lo. O único problema de ser skatista é que você fica cheia de manchas roxas pelo corpo."
Os organizadores tinham um cadastro com 57 garotas skatistas. "As garotas surpreenderam. Pretendemos continuar esse trabalho", diz Cesar Gyrão.

Texto Anterior: Brasileiro se prepara em pistas americanas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.