São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Governadores do NE querem banco único

Documento pedindo abertura de crédito é assinado

ADELSON BARBOSA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

A fusão dos bancos estaduais do Nordeste, a abertura de linhas de créditos especiais para investimentos privados na região e a adequação dos encargos das dívidas à real capacidade de pagamento de cada Estado foram temas defendidos ontem por sete governadores nordestinos que se reuniram em João Pessoa para discutir uma saída conjunta para a crise.
A reunião começou às 10h (11h em Brasília), no Palácio da Redenção, sede do governo paraibano. Os governadores aprovaram um documento com dez propostas que eles consideram essenciais para a região, no curto prazo.
As propostas serão encaminhadas ao presidente Fernando Henrique Cardoso e visam adequar a realidade de cada Estado ao plano de estabilização econômica e ao plano de ajuste fiscal do governo federal.
O programa do governo prevê duas linhas de crédito para Estados que entrarem no programa. Exige, porém, integração a programas de enxugamento da máquina administrativa, privatizações e condições de pagamento de empréstimo.
Os governadores também pedem, no documento, que o governo federal financie a privatização de empresas estaduais e permita que parte das receitas estaduais, comprometida com a amortização das dívidas, seja aplicada em investimentos prioritários.
Eles pedem financiamentos para programas de demissões voluntárias e de empregos no setor privado. O documento foi aprovado pelos governadores José Maranhão (PB), Miguel Arraes (PE), Tasso Jereissati (CE), Roseana Sarney (MA), Paulo Souto (BA), Divaldo Suruagy (AL) e Albano Franco (SE) e pelos vice-governadores do Rio Grande do Norte, Fernando Freire, e do Piauí, Osmar Antonio de Araújo.
No documento, os governadores reivindicam do governo federal a devolução dos recursos que os Estados perderam em decorrência do FSE (Fundo Social de Emergência).
A admissão de limites extras de endividamento para a tomada de empréstimos de longo prazo a fontes externas e os ajustes na reforma fiscal da União, de modo que os investimentos no Nordeste não sejam reduzidos, são outras exigências feitas pelos governadores.
Eles se comprometem a limitar reajustes salariais ao efetivo aumento das receitas estaduais e prometem suspender o pagamento de excessos de remuneração de servidores estaduais ativos e inativos.
Os governadores preferiram não dar entrevistas sobre o que foi discutido e aprovado na reunião. Eles escolheram o governador José Maranhão (PB) para falar sobre o assunto.
Maranhão negou que haja um descontentamento dos governadores nordestinos com o governo federal. Disse que todos estão preocupados com a crise, "mas preferem buscar soluções conjuntas com o governo federal."

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