São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Aves ameaçam segurança de aviões em 4 aeroportos

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Urubus, tuiuiús e garças ameaçam a segurança de pousos e decolagens em vôos de carreira e particulares em aeroportos de diferentes regiões do país.
Pelo menos quatro aeroportos, entre os 62 administrados pela Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) no país, são considerados de risco pelo Ministério da Aeronáutica.
No Norte e Nordeste, os pilotos temem os urubus nos aeroportos de Maceió (AL) e Manaus (AM).
No Centro-Oeste, o risco são os tuiuiús, a ave símbolo do Pantanal, que habitam as proximidades do aeroporto de Corumbá (MS).
No Sudeste, os problemas são gerados pelas garças brancas do Rio, que colocam o Galeão na lista dos quatro aeroportos de maior risco.
Na última reunião do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), realizada em outubro, o ministério apresentou vídeos de acidentes provocados pelas aves.
Nos acidentes, foram registrados danos em equipamentos como turbinas, painéis de comando e de rádio.
Portaria do Conama que deve ser publicada em dez dias no Diário Oficial da União dá prazo de 90 dias para que os focos dos problemas sejam debelados pelos IMAs (Institutos de Meio Ambiente) dos Estados.
O impacto de um urubu, animal que pesa cerca de 2 kg, sobre um Boeing 737 a 300 km/h, velocidade do momento em que o avião está se preparando para o pouso, é de 2 t, segundo a Infraero de Maceió (AL). "Com um impacto desses, um avião grande pode cair. Até agora, os acidentes não foram graves, só trouxeram danos financeiros e reclamação dos pilotos", afirmou Wellington Moura, superintendente da Infraero de Maceió.
O presidente do IMA-AL (Instituto de Meio Ambiente de Alagoas), Marcus Carnauba, 53, afirmou ontem que já iniciou uma campanha educativa para evitar a proliferação de urubus na região do aeroporto de Maceió.
Além das peças publicitárias, o IMA notificou todos os matadouros municipais para que se enquadrem nas normas ambientais o que evitaria, segundo ele, a fonte de proliferação dos urubus.

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