São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Toninho Horta retorna ao Brasil para apresentar seu novo álbum

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Show: Foot On The Road
Artista: Toninho Horta
Quando: amanhã e sábado, às 21h
Onde: Memorial da América Latina (r. Mario de Andrade, 664, Barra Funda, região central de São Paulo, tel. 011/823-9820)
Quanto: R$ 15

Disco: Foot On The Road
Artista: Toninho Horta
Gravadora: PolyGram
Quanto: R$ 20 (o CD, em média)

Faz cinco anos que o guitarrista mineiro Toninho Horta, 47, trocou o Brasil por Nova York, para consolidar uma carreira internacional.
Agora, ele começa a preparar o retorno.
"Estou cansado de ficar com o pé na estrada, como no disco. Essa vida de turnês, indo e voltando, é muito cansativa", afirma.
O disco em questão é "Foot On The Road", seu trabalho mais recente e motivo que o trouxe ao Brasil.
Nessa estadia, ele já se apresentou em Porto Alegre e Belo Horizonte e ainda vai subir no palco do Memorial da América Latina, em São Paulo, amanhã e sábado, e do Riocentro, no Rio de Janeiro, no domingo.
Gravado no Brasil e em Nova York, "Foot On The Road" é uma produção da Polydor japonesa, lançado aqui pela PolyGram.
O guitarrista resolveu morar no exterior depois de assinar um contrato com a gravadora Verve, em 1988. Em 1990 se mudou para Nova York.
Desde então, ele rodou o mundo. Entre outros países, ele percorreu Inglaterra, Rússia, Japão, Coréia, Finlândia, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Itália, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria e EUA.
Ele mesmo reconhece que seu público é maior no exterior.
"Em Nova York, por exemplo, existe um complexo de revistas, rádios, produtores, que facilita a divulgação da música instrumental", afirma ele.
Horta diz que, por causa da estrutura, muitos músicos decidem tentar a carreira internacional. "O (saxofonista) Léo Gandelman foi para lá agora", diz.
Inéditos no Brasil
Para exemplificar as diferenças, ele lembra que muitos de seus discos são lançados lá fora, mas permanecem inéditos por aqui.
Dessa forma, "Foot On The Road" é quase uma exceção.
Para gravar o disco, o guitarrista entrou no estúdio ladeado por instrumentistas respeitados.
Prato cheio para invenções de Horta. "Misturei um trio nordestino com uma cozinha pop", diz.
No exterior, estas misturas são rotuladas como jazz. "Ser classificado como jazz lá fora dá prestígio. Mas, aqui, significa um coisa elitista, que não é popular", compara o guitarrista.
Diversidade
Por isso, ele prefere fugir do rótulo. "Esse meu disco é uma salada, uma colagem de vários ritmos. É meu trabalho mais diversificado", afirma.
Segundo ele, "Foot On The Road" traz algumas de suas influências. "Há traços da cultura brasileira, bossa nova, baião, samba, xote, e outras coisas, como o folk e o jazz", diz.
Para mostrar essa diversidade, ele importou músicos. Quase todos vieram. A ausência mais sentida, contudo, será a de Hakim, substituído por Kenwood Dennard, que tocou com o baixista Jaco Pastorius, na orquestra de Gil Evans, e com Stanley Jordan.

Texto Anterior: Betty Carter diz que ainda precisa aprender
Próximo Texto: Críticos de SP premiam os melhores de 95
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.