São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995 |
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Choque entre polícia e operários mata quatro
JAIME SPITZCOVSKY
No mais violento conflito social deste ano no país, policiais atiraram ao intervir em choque entre habitantes de Shenzhen e trabalhadores vindos de outras Províncias. O conflito ocorreu domingo. Foi divulgado ontem por jornais de Hong Kong, colônia britânica que faz fronteira com a zona econômica especial de Shenzhen. A China conta com um exército de 30 milhões de trabalhadores que se movem pelo país em busca de empregos temporários. Deslocam-se das Províncias mais pobres, como Hunan e Hubei (sudeste), para os principais pólos do capitalismo chinês. Mão-de-obra mais barata, esses trabalhadores representam uma fonte de tensão social. São, com frequência, obrigados a morar em condições precárias e enfrentam preconceito da população local. Os trabalhadores acusam hospitais de Shenzhen de se recusarem a tratar dos feridos ou exigirem até 60 mil yuans (US$ 6,9 mil) pelo tratamento. Autoridades locais não se pronunciaram sobre o incidente. O conflito começou quando um morador de Shenzhen passou com sua motocicleta sobre uma estrada recém-pavimentada pelos trabalhadores de outra Províncias. O trânsito ainda estaria proibido. Começou uma briga entre o motociclista e trabalhadores. O conflito resultou num ataque dos trabalhadores contra a sede local do Partido Comunista. A polícia interveio e abriu fogo, segundo o jornal "Oriental Daily News", de Hong Kong. Disparos mataram duas pessoas. Uma terceira morreu espancada. Um policial também morreu. Entre os feridos, há dez em estado grave. "Mais feridos podem morrer porque a construtora que os emprega não conseguiu levantar dinheiro para pagar o tratamento", disse o jornal "Oriental Daily News". (JS) Texto Anterior: Pólo capitalista chinês é 'milagre sem similar', diz Fidel Castro Próximo Texto: 'NYT' lança edição regional Índice |
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