São Paulo, quinta-feira, 7 de dezembro de 1995
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Forças brasileiras ainda não têm bases fixas

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O episódio envolvendo as forças brasileiras em Angola aconteceu em um momento particularmente delicado, quando elas ainda não estão estabelecidas nos locais de onde ajudarão as Nações Unidas a patrulhar o cessar-fogo entre guerrilha e governo.
Oficiais das Forças Armadas e da Polícia Militar ouvidos pela Folha ontem, em dois locais de Angola, dizem que só na próxima segunda ou terça-feira as companhias estarão em seus locais previstos, com a chegada de uma delas a Luena -a leste de Andulo, local do incidente. O episódio pode afetar o deslocamento previsto.
Os oficiais não podem se identificar devido a normas das Forças Armadas. O Brasil tem em Angola não apenas pessoal do Exército, mas observadores de outras forças, policiais militares ligados à polícia angolana e fuzileiros navais.
Uma companhia é uma unidade de cerca de 200 homens. Três ou quatro companhias formam um batalhão. As principais tropas brasileiras em Angola são do 72º BIMtz (Batalhão de Infantaria Motorizado), de Petrolina (PE).
O incidente não parece ter causado grande sensação no comando da Unavem 3 -as tropas da missão de verificação de cessar-fogo da ONU- em Luanda. Oficiais de outros países no quartel-general da Unavem 3 ouvidos pela Folha desconheciam o incidente.
A base de uma unidade da ONU em um país como Angola, ou em outros pontos do planeta, como a Bósnia, não é uma "fortaleza".
Depende de fornecimento de água e alimentos da ONU, cujos comboios são vulneráveis a bloqueios, ainda mais nas estradas altamente minadas de Angola -um dos recordistas mundiais em número de minas terrestres, antitanques e antipessoais, enterradas.
Como não se trata de uma missão de guerra, as tropas da ONU também são deficientes em armamento. Não há artilharia ou tanques, apenas blindados leves.

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