São Paulo, quinta-feira, 07 de dezembro de 1995
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Sindicatos franceses fazem ato unificado

VINICIUS TORRES FREIRE
DE PARIS

As centrais sindicais francesas decidiram antecipar para hoje a terceira manifestação nacional contra o plano de reformas do primeiro-ministro, Alain Juppé.
É a primeira manifestação convocada em conjunto pela Confederação Geral do Trabalho e pela Força Operária, duas das três maiores centrais e que conduzem as greves. Os estudantes, que protestam, há nove semanas, devem participar da passeata.
O pronunciamento de Juppé na TV, ontem, unificou o movimento conduzido pela CGT e pela FO, rivais há 48 anos.
Juppé disse que não abre mão da reforma da Previdência Social, apesar de ter recuado em relação à abertura do mercado das estatais e mudanças na aposentadoria.
As centrais dizem que não negociam enquanto Juppé não desistir da reforma da Previdência.
A greve dos ferroviários, primeira a começar, entra hoje na terceira semana com paralisação total. Hoje devem entrar em greve quase todos os sindicatos de professores do ensino básico, alguns dos sindicatos dos aeroviários e mais sindicatos de bancos.
As companhias aéreas estatais Air France e Air Inter dizem que devem conseguir manter 75% dos vôos, mas o início da greve dos controladores de tráfego aéreo, ontem, deve diminuir a estimativa.
A crise social continua a ter reflexos entre os deputados da maioria governamental. Ontem, o senador Charles Pasqua deu entrevistas a rádios e TVs criticando duramente Juppé. Pasqua já foi ministro de Chirac.
"Queremos um primeiro-ministro engajado em programas que nos dêem desejo de seguir, que nós possamos aprovar com entusiasmo. Os franceses precisam de amor, esperança e paixão, e não de alguém que só sabe repetir números", disse Pasqua a uma rádio.
O porta-voz do governo, nas suas intervenções agora diárias, disse ontem que os "primeiros contatos exploratórios estão sendo feitos entre governo e sindicatos".
A assembléia da coordenação nacional dos estudantes terminou ontem em pancadaria. Seguranças das diversas correntes estudantis entraram em choque no anfiteatro de uma faculdade em Paris.
Na briga, foram usadas barras de ferro, bombas de gás lacrimogêneo e correntes. O conflito foi atribuído a acertos de contas devido à atitude de alguns grupos nos quebra-quebras da semana passada. Os estudantes querem mais verbas, professores e salas de aula.

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