São Paulo, sábado, 9 de dezembro de 1995 |
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Motta anuncia período do 'fazejamento'
ELVIRA LOBATO
Segundo Motta, até agora, o governo esteve preocupado com a economia, que ele definiu como "atividade-meio". Depois que as reformas forem aprovadas, segundo ele, o governo se voltará para as atividades para as quais o Estado foi criado: saúde, educação e infra-estrutura. "A partir de março, vamos discutir o 'fazejamento"', disse Motta, arrancando risos dos empresários. Motta falou de improviso e foi muito aplaudido pelos industriais ao afirmar que o plano de investimentos de US$ 75 bilhões para o setor de telecomunicações, anunciado na semana passada, deverá ser feito com fabricação dos equipamentos no país. "Não admito que um programa desse tamanho seja feito com produtos importados", afirmou depois de provocar os empresários a investir mais no país: "O governo está fazendo sua parte. A bola agora está com os senhores". Capital nacional O ministro defendeu também o controle nacional das empresas que receberem concessão do governo para explorar os serviços de telecomunicações, como telefonia celular e satélites. Ele disse que, embora a Constituição tenha eliminado as diferenças entre capital nacional e estrangeiro, a posição do ministério é de que pelo menos 51% das ações com direito a voto das empresas fiquem em mãos de brasileiros. Durante o almoço, Motta e o presidente da Telebahia (telefônica do Estado da Bahia) foram homenageados com o título de "Homem da Comunicação 95". Como Sizuo Arakawa é ligado ao senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), Motta fez outra blague. A dupla premiação referendaria a coligação PFL-PSDB: "Não sei se a intenção foi essa", disse, provocando mais risos. Motta aproveitou a platéia de empresários -entre os quais estavam representantes de indústrias americanas- para enviar mais recados ao governo dos EUA. Boca mole Na semana passada, o ministro chamou de "boca mole" o presidente da Federal Communications Comission (FCC), Reed Hundt, que havia cobrado uma posição firme do governo brasileiro sobre as privatizações e abertura do mercado à competição privada. Ontem, o ministro das Comunicações disse que irá com luvas de boxe para enfrentar Hundt em reunião internacional sobre telecomunicações, em janeiro. A FCC é o órgão responsável pela fiscalização e definição das normas do mercado de telecomunicações. O cargo de Hundt é equivalente ao de ministro. Texto Anterior: Ministro militar depõe no Senado na terça Próximo Texto: Divergências são democráticas, diz ministro Índice |
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