São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Comunicado de extravio de cartão deve ser imediato

DANIELA FERNANDES
ESPECIAL PARA A FOLHA

A chegada do Natal e as novas regras que permitem o parcelamento das dívidas no cartão de crédito podem estimular os consumidores a optar por essa forma de pagamento no momento de suas compras. Além de estar atentas aos juros altos que incidem sobre os débitos, as pessoas precisam tomar uma série de cuidados ao utilizar o cartão.
"O consumidor deve avisar imediatamente a administradora no caso de furto, roubo ou extravio do cartão", afirma Dinah Barreto, 38, supervisora da área de assuntos financeiros do Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor).
O problema surge quando a pessoa demora para perceber que o cartão foi extraviado. As administradoras, em princípio, não estornam os valores de compras ou saques feitos antes do pedido de cancelamento do cartão.
Uma análise em função do histórico bancário da pessoa que teve seu cartão furtado e a conferência das assinaturas nos boletos podem impedir, no entanto, que ela arque com o prejuízo. Cada administradora segue critérios próprios de avaliação e algumas oferecem seguro contra extravio ou furto (leia texto nesta página).
"No caso de compras que o consumidor alega não ter feito, temos observado que os cartões estornam imediatamente os valores", diz Dinah. Mas um processo admnistrativo interno é sempre aberto para apurar em que condições as compras foram efetuadas.
Problemas podem ocorrer mesmo que a pessoa tenha cancelado o cartão logo após ele ter sido extraviado. O economista Leonardo Levy pediu o cancelamento do Visa de sua filha um dia após ele ter sido furtado. Nesse espaço de tempo o cartão não foi utilizado. No entanto, nas duas faturas seguintes do titular do cartão, que continuava válido, foram inclusos débitos relativos ao cartão cancelado.
"As compras que se referiam ao cartão furtado não eram pagas porque não eram de nossa responsabilidade", afirma Levy. Ele foi acionado pelo setor de cobrança do Bradesco. "A situação foi regularizada após um desgaste que durou três meses". Levy diz ter inutilizado também o seu cartão para evitar futuros problemas.
O dentista Marcio Palacios, 45, comprou em janeiro passado um aparelho de som pelo Visa. Ele diz que a empresa alterou, posteriormente, a forma de cobrança, que seria feita por boleto bancário.
Ele afirma que o pagamento foi efetuado e que em julho o valor da compra foi novamente debitado no cartão. Palacios enviou ao Visa duas cartas dizendo que ele não devia à empresa. Os valores continuaram a ser inclusos nas faturas até seu cartão ser bloqueado.
"Após muita discussão ele foi desbloqueado em uma semana. Resolvi pedir o cancelamento."

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