São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Paulistanas assumem a 'deselegância discreta'

ALESSANDRA BLANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Caetano Veloso tinha razão quando falou sobre a "deselegância discreta" das paulistanas na música "Sampa". As próprias mulheres concordam com o termo.
"Somos meio deselegantes, às vezes por uma questão de comodidade, outras por falta de dinheiro e até por mau gosto", disse a vendedora Márcia Tulha, 40.
Para a atriz Eliane Bolanho, 34, a "deselegância" cantada por Caetano é muito mais poética do que crítica. "Não acredito que ele foi maldoso ao dizer isso. Acho que ele quis se referir à discrepância social que existe em nossa cidade e que leva as pessoas a se vestirem da forma que podem e não como querem", disse.
Para a estudante de arquitetura Clotilde Andreotti, 29, as paulistanas são deselegantes por uma simples questão de mau gosto.
"Nem todas são deselegantes. Só lamento que muitas vezes a deselegância nem mesmo é discreta. As mulheres que costumam ter mau gosto também gostam de aparecer mais", disse Clotilde, que vestia meia de lã preta, bota de cano baixo, minissaia verde limão, camisa preta e boina.
A artesã Elaine Crudelli, 22, que foi ao show com roupas muito parecidas com a dos hippies, acha que as pessoas devem se vestir como quiserem.
"É o que eu faço e não gosto, por exemplo, de ser chamada de hippie. Esse é o meu estilo e pronto. Me sinto bem assim", disse Elaine.

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