São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Novo calendário da Unicamp faz candidatos cancelarem viagens

DA REPORTAGEM LOCAL

Além de causar prejuízo para a universidade, a realização do novo vestibular da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) atrapalhou as férias de muita gente.
A nova primeira fase ficou marcada para o dia 14 de janeiro. As provas da segunda etapa, que inicialmente aconteceriam nos dias 14, 15, 16 e 17 de janeiro, foram adiadas para fevereiro.
Guilherme Linhares Bub, 18, candidato a medicina, teve de desistir de viajar com a família para Florianópolis (SC).
Guilherme diz que ficou chateado, mas, aprovou a atitude da Unicamp."A decisão foi justa."
Ele diz que tinha ido bem na prova, mas espera conseguir o mesmo resultado no novo exame.
Por causa do imprevisto, Andréa Satie, 18, outra que disputa uma vaga em medicina, teve de deixar uma amiga na mão.
"Tínhamos combinado uma viagem para Fernando de Noronha, mas tivemos de adiar para as férias de julho. O problema é que nessa época chove muito."
Catherine Marx, 18, não tinha viagem planejada, mas queria aproveitar o mês de fevereiro para descansar. "Vou prestar quatro vestibulares."
Petula Leal da Costa, 18, candidata a ciência da computação, pretendia viajar logo depois das provas da Unicamp. "Estava pensando em ir à praia assim que acabasse o vestibular", disse.
No roteiro, Mongaguá (no litoral paulista, a 99 km de São Paulo) e Presidente Prudente (no interior, a 558 km de São Paulo). "Também estava com vontade de ir a Bonito (MS)".
Apesar do adiamento, Petula não cancelou as férias. "A lista dos aprovados da Fuvest sai antes da segunda fase da Unicamp. Dependendo do resultado, faço as malas e nem apareço nas provas".
A universidade decidiu cancelar a prova da primeira fase por causa de suspeita de fraude na prova de redação.
Um dos três temas da redação, o tema C (carta) trazia um trecho de uma entrevista com o biólogo Stephen J. Gould publicada pela revista "Veja" em 1993.
O mesmo trecho estava em uma apostila do colégio Integral, de Campinas que teria sido elaborada por Maria Luiza Abaurre e Francisco Furlan, que faziam parte da Coordenação Acadêmica e de Pesquisa do vestibular da Unicamp.
Os professores forma afastados e uma comissão investiga o caso.

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