São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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"As Meninas" mostra vida em pensionato

Ex-pensionistas dizem que filme é igual à vida real

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O livro "As Meninas", de Lygia Fagundes Telles, acaba de virar filme.
A história é a mesma. Três garotas, Lorena, Lia e Ana Clara, convivem em um pensionato durante a época da ditadura militar.
A Folha convidou duas garotas que passaram pela experiência de viver em um pensionato para assistir ao filme.
Marina Vianna, 18, e Julia Oliveira, 20, adoraram. Tanto que, no final do filme, se acabaram de chorar.
O motivo de tanta choradeira, segundo elas, é a semelhança que o filme tem com a vida que elas levaram no pensionato.
As duas moraram no pensionato Congregação Maria Imaculada, em São Paulo, de 92 a 94. Marina veio de Penápolis, no interior de São Paulo, para fazer o colegial. Julia saiu da casa dos pais, com quem não se dava bem, e viu no pensionato uma boa opção.
As duas se identificaram mais com a personagem Lorena, a menina mais ingênua e arrumadinha das três. "Todas nós tínhamos essa mania de ser meio mãe uma da outra", diz Julia.
Segundo elas, até o pensionato do filme é parecido com o em que elas moraram. "O clima é aquele mesmo. Adorei a cena em que as meninas jogam vôlei e uma freira fica apitando. Sempre organizávamos campeonatos iguais a aqueles", diverte-se Marina.
Elas se divertiram também com os quartos das garotas. O de Lorena é superarrumado. O de Ana Clara, a personagem drogada, cheio de pôsteres.
"Na vida do pensionato o quarto acaba virando um pedaço da gente. Lá não é a nossa casa. Então o quarto acaba virando o nosso mundo, tem de ter a nossa cara", explica Marina.
Mas o que mais emocionou as garotas foi a união das meninas do filme. "Depois de passar pela experiência de morar em um pensionato a gente fica muito unida. As amigas acabam virando a nossa família", diz Marina.
(AL)

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