São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Filme é legal, mas sem profundidade

ANTONINA LEMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

O filme "As Meninas", de Emiliano Ribeiro, que estreou na última sexta-feira, foi baseado no livro homônimo de Lygia Fagundes Telles, de 73.
As personagens principais são interpretadas por Adriana Esteves, que interpreta Lorena, a "burguesinha". Drica de Moraes, que vive Lia, a engajada contra o regime militar, e pela modelo Cláudia Liz, que faz Ana Clara, que se envolve com drogas.
A trilha sonora é Chico Buarque e Caetano Veloso.
Lorena é rica e vive uma paixão platônica por um homem mais velho. Ana Clara é uma modelo depressiva que tenta arranjar um marido rico enquanto usa drogas. Lia é uma estudante que luta contra o regime militar.
Mas as semelhanças param por aí: na história. O livro de Lygia Fagundes Telles é contado por quatro narradores diferentes: as personagens e um quarto narrador.
Frequentemente as meninas fazem voltas ao passado, lembrando de coisas no meio dos acontecimentos da trama.
É isso o que se perde no filme. As sutilezas de linguagem e os pensamentos das garotas. A maior parte do livro não fala de fatos concretos, mas das "viagens" das meninas.
O filme é bom de assistir, mas fica só nos fatos concretos. E quem leu o livro sabe que isso é muito pouco. De cara, a história não é o que mais importa na obra.
(AL)

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