São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Fraternidade é triste em Zurlini

INÁCIO ARAUJO
DA REDAÇÃO

Já se disse que "Dois Destinos" (TNT, 16h) é o filme mais triste do mundo. Pode ser exagero, mas o sentimento de afeição fraterna raramente foi mostrado com mais exatidão.
Há distância, proximidade, perda, dor, reencontro. Mas não é isso que caracteriza tanto o filme feito por Valerio Zurlini em 1962. O rótulo "intimista" aplica-se, aqui, com perfeição.
Mas não no sentido de uma escola que procura exprimir o íntimo dos personagens. Em "Dois Destinos" não há íntimo. Existe, em contrapartida, o sentimento genérico da fraternidade, levado às últimas consequências.
Zurlini parte do genérico, sem dúvida, mas cria personagens particulares, específicos.
A distância, o pesar, a separação, o reencontro -enfim, tudo que torna essa ligação tão umbilical e, por vezes, conflitiva, está no filme.
Dois atores em grande forma -Marcello Mastroianni e Jacques Perrin- ajudam a compor o todo.
(IA)

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