São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Apresentação emociona imigrantes

DA REPORTAGEM LOCAL

Os imigrantes japoneses que compareceram à primeira apresentação da "benshi" Midori Sawato no Brasil, na sexta-feira à noite em São Paulo, se emocionaram ao rever esta antiga tradição japonesa.
Alguns gritavam durante o filme. "Parece que eu não era a única benshi no cinema", disse ela.
Um dos mais empolgados era o agricultor aposentado Tadao Wada, 72, que começou a gritar "olha a polícia", em japonês, durante uma cena de perseguição do filme "Jirokichi, o Rato".
Wada chegou ao Brasil em 1933 e costumava assistir filmes narrados por "benshi" no Japão e em Marília, no interior de São Paulo.
Outro que se disse "muito emocionado" foi Teruo Koizumi, 74, que, quando chegou ao Brasil, em 34, trabalhou como "benshi" em um grupo que levava filmes para cidades com colônias japonesas.
"Nós íamos para Bauru, Andradina e toda a região passando os filmes. Era sempre uma festa quando a gente chegava. O cinema é o melhor jeito do japonês matar a saudade do Japão", diz ele.
Segundo Jo Takahashi, da Fundação Japão, o "benshi" surgiu a partir da tradição do teatro. "No teatro japonês, sempre existe a figura do narrador. Quando o cinema mudo chegou no país, a tradição foi mantida." Ele conta que quando o cinema com som chegou acabaram os "benshi", mas "alguns, como a senhora Sawato, mantiveram a tradição."

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