São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 1995
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Acaba prazo para libertação de franceses

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Terminou ontem à noite o ultimato da França para que a ex-Iugoslávia libertasse os pilotos franceses desaparecidos desde 30 de agosto, quando o avião que pilotavam foi derrubado.
"Peço mais uma vez para que os sérvios libertem imediatamente os franceses, que acreditamos vivos e em mãos de soldados sérvios", disse o chanceler da Alemanha, Klaus Kinkel.
Segundo informou o "Le Monde", o governo francês pode impor sanções comerciais ou mesmo redefinir as relações bilaterais se a Sérvia não apresentar os pilotos Frederic Chiffot e Jose Souvignet.
Uma missão da Otan (aliança militar ocidental), presidida por Carsten Fogi, e acompanhada pelo deputado espanhol Javir Rupérez, se reuniu com dirigentes sérvios bósnios para discutir a questão.
A França recebeu, anteontem, apoio dos 42 países e 10 organizações internacionais que participaram, anteontem, da Conferência de Londres sobre a Bósnia, que exige a libertação imediata dos pilotos. Os franceses, que usaram pára-quedas, teriam sobrevivido ao míssil lançado contra o avião por sérvios da Bósnia.
"Não sabemos se ainda estão vivos. Temos influência sobre os sérvios, mas não autoridade", disse o ministro das Relações Exteriores bósnio, Milan Milutinovic.
O chefe do parlamento dos sérvios da Bósnia, Momcilo Krajisnik, afirmou que a direção da autoproclamada república sérvia vai exigir que seu líder, Radovan Karadzic, esteja presente à assinatura do acordo de paz dia 14.
O acordo de paz entre bósnios e sérvios foi rubricado em Dayton (EUA), e será assinado em Paris.
"A direção da república sérvia insistirá para que o presidente firme pessoalmente, em Paris, o acordo de paz para a Bósnia", disse Krajisnik.
Os EUA mandaram ontem os primeiros 22 soldados dos EUA a Sarajevo. As tropas norte-americanas, que viajaram em um avião de transporte C-17, vão se encarregar de implementar o acordo de paz.
Cerca de 20 mil soldados serão enviados à Bósnia como parte da força multinacional de 60 mil homens que devem garantir a paz entre sérvios e bósnios-croatas.
Um porta-voz militar da Otan em Sarajevo disse que 47 oficiais dos EUA e 350 de outros países já se encontram na Bósnia.
O governo bósnio abriu ontem seu arsenal militar para inspeção pública durante uma parada que reuniu cerca de 10 mil soldados na cidade de Zenica.

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