São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Corregedor pede quebra de sigilo

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O corregedor da Câmara, deputado Beto Mansur (PPB-SP), encaminha hoje à Procuradoria Geral da República pedido de quebra de sigilo telefônico dos membros da CPI dos Bingos acusados de extorsão.
O objetivo de Mansur é ter acesso às ligações telefônicas particulares dos acusados, entre eles Marquinho Chedid e Eurico Miranda (PPB-RJ), para constatar se houve ou não contatos com donos de bingo.
Foram empresários como Ricardo Steinfeld, do bingo Liberty, que denunciaram o suposto esquema de extorsão para livrar de culpa bingos irregulares na CPI.
Antes de apresentar o pedido à procuradoria, Beto Mansur pretende conversar pessoalmente com cada um dos dez membros da CPI para tentar convencê-los a abrir suas contas telefônicas. "Será uma última tentativa", disse.
Na entrevista que concedeu à Folha, Chedid disse não ver razão para abrir suas contas telefônicas.
Ele questiona o valor jurídico de provas baseadas em ligações telefônicas.
Chedid, no entanto, disse não se lembrar se manteve contatos telefônicos particulares (de sua residência em Campinas) com donos de casas de bingo.
Renúncia
Mesmo que renunciem, os deputados acusados estão sujeitos a penalidades. Entre elas a perda dos direitos políticos e a inelegibilidade por oito anos.
A emenda constitucional número 6, de 1994, diz que "a renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar a perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais" do plenário.
A emenda foi aprovada após renúncia de 4 dos 18 acusados pela CPI do Orçamento.
(CMN)

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