São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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Subprocuradora vê indício de crime fiscal

OLÍMPIO CRUZ NETO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A subprocuradora da República Ela Castilho encontrou indícios de crimes fiscais e contra o sistema financeiro nacional nos documentos que constam da pasta rosa. Ela recebeu os papéis ontem.
Segundo a subprocuradora, as investigações a serem desencadeadas pelo Ministério Público vão apurar a possibilidade dos dirigentes do Banco Econômico terem praticado atos de improbidade administrativa ao fazer doações a campanhas políticas.
Ela suspeita que a documentação com os registros de doações de campanha vão poder demonstrar que o Econômico operava com dinheiro de origem não-declarada à Receita Federal, o chamado "caixa dois". A subprocuradora não quis divulgar os nomes contidos na pasta.
Nomes
A Folha, no entanto, teve acesso a uma parte da lista de políticos. A planilha contém nomes completos dos candidatos, colocados na ordem dos cargos que disputaram: governador, senador, deputado federal e estadual.
Alguns dos candidatos que disputaram governos estaduais e estão na lista: José Agripino Maia (PFL-RN), Renan Calheiros (PRN-AL), Joaquim Francisco (PFL-PE) e João Alves (PFL-SE).
Para o Senado, consta Alyson Paulinelli (PFL-MG). Para a Câmara, surgem Manoel Castro, José Lourenço, Gileno Calheiro, Leur Lomanto, Tourinho Dantas -todos do PFL baiano-, além de Amaral Netto, então no PDS-RJ.
O empresário Gileno Calheiro, candidato a deputado federal pelo PFL baiano em 86 e 90, disse que recebeu contribuições do Banco Econômico na forma de impressos com o seu nome, mas não em dinheiro. Os demais citados nesta reportagem foram procurados em suas residências nos Estados, por telefone, durante a noite de ontem, e não foram localizados.
Em São Paulo, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence, afirmou que o governo deve divulgar o conteúdo da pasta cor-de-rosa. "Confio em que as autoridades que a têm na mão não a sonegarão, na medida em que ela contenha algo importante, quer juridicamente quer politicamente", disse.

Colaboraram a Sucursal de Brasília e a Reportagem Local

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