São Paulo, terça-feira, 12 de dezembro de 1995
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TST ordena reajuste maior para o BB

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O TST (Tribunal Superior do Trabalho) determinou ontem o pagamento de 25% de reajuste salarial para os funcionários do Banco do Brasil.
Este índice é superior ao mínimo determinado pela legislação.
A assessoria do Banco do Brasil informou ontem que vai aguardar a publicação do acórdão do TST para definir a medida a ser adotada. A diretoria considera preocupante a decisão do tribunal.
O BB calcula em R$ 15 milhões/mês o impacto do aumento concedido pelo TST.
A MP (medida provisória) que acabou com a correção automática dos salários pela inflação passada obriga apenas o pagamento do resíduo do IPC-r (Índice de Preços ao Consumidor em real).
O restante deve ser negociado entre patrões e empregados. O resíduo dos bancários, com data-base em setembro, é de 20,94%.
O pagamento de 25% foi proposto pelo ministro Ursulino Santos, do TST. No seu voto, ele não especificou o cálculo do índice, mas justificou que correspondia à inflação entre setembro de 1994 e setembro de 1995.
O relator do dissídio, ministro Valdir Righeto, sugeriu 30% de reajuste, o mesmo índice acordado entre os sindicatos de trabalhadores e a Febraban (federação dos bancos), para as instituições privadas. No julgamento do dissídio do BB, o reajuste de 25% venceu por cinco votos contra quatro.
Durante as negociações com os empregados, o BB só propôs o pagamento do resíduo do IPC-r. Os funcionários queriam fechar com o BB o mesmo acordo dos bancos privados, além do pagamento de 10% de produtividade.
O tribunal vetou também a mudança da data de pagamento dos salários. A diretoria do BB propôs o pagamento para o período entre o segundo e o quinto dia útil do mês subsequente ao trabalhado. Os ministros do TST decidiram manter a atual data -entre os dias 20 e 25 do mesmo mês.
Outra decisão do tribunal foi a manutenção da folha de ponto para contar a jornada de trabalho. Os funcionários do BB ligados à Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Crédito) -independente- solicitaram a mudança para cartão de ponto. O TST negou.
Os funcionários do BB não fizeram greve. Por três vezes, o comando nacional dos empregados (ligado à CUT) tentou propor uma paralisação, que não foi aceita nas assembléias regionais. O BB tem 93 mil funcionários.

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