São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995 |
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Michael Douglas interpreta o presidente dos EUA
OTÁVIO DIAS
Agora, em seu novo filme, ele interpreta o fictício presidente Andrew Shepherd, que, viúvo, apaixona-se por uma lobista interpretada por Annette Bening. Na última quinta-feira, Douglas esteve em Londres para o lançamento europeu de "Meu Querido Presidente". Leia a seguir trechos da entrevista concedida a órgãos de imprensa, entre eles a Folha. Folha - Você gostou de ser presidente dos Estados Unidos? Michael Douglas - (Risos) Sim. Foi estranho porque todos idealizamos a Presidência dos EUA e demorei a me sentir confiante. Folha - Você se inspirou em Bill Clinton para construir o personagem? Douglas - Não especificamente, mas há coisas em comum. Por exemplo, Clinton enfrentou problemas no início de seu mandato por ser muito informal, o que é uma característica do meu personagem. Mas um presidente é eleito por quem ele é. Então pensei: "Michael, você não pode fazer a imitação de alguém". O mais difícil foi mostrar a vulnerabilidade necessária ao romance. Não gostamos de presidentes vulneráveis. Folha - O que aconteceria nos EUA se esse filme se tornasse verdade? Douglas - O presidente seria morto. Isso é um conto de fadas. Folha - Para você não é necessário haver uma motivação maior em um filme do que só contar uma história de amor? Douglas - A única coisa importante para mim é fazer o melhor filme possível. Isso é entretenimento. Claro que todos os meus filmes têm algo por trás, mas não posso pensar muito nisso. Folha - O que o leva a aceitar um papel? Douglas - Pelo fato de também ser produtor, olho para o filme como um todo. Se ele é bom, todos os atores fazem sucesso. Folha - Em "Meu Querido Presidente", o romance é muito bem-comportado se comparado aos affairs que você viveu em cinema. Qual deles você preferiu representar? Douglas - (Risos) É verdade. Eles são diferentes. "Instinto Selvagem" era sobre um homem em luta com o diabo, que é sempre bonito e sedutor. "Atração Fatal" era uma história clássica sobre o que pode acontecer se um homem comete adultério e a mulher não joga de acordo com as regras. Já "Meu Querido Presidente" é uma história de amor, leve e confortável. O que me importa é que o público me aceite em todos esses papéis diferentes. Folha - A falta de cenas de sexo nesse filme foi proposital? Douglas - Quando recebi o roteiro, pensei: "Eu fui o 'príncipe das trevas' nos últimos cinco anos. Isso é uma mudança pra mim". Texto Anterior: Dreyfuss é professor em 'Mr. Holland Opus' Próximo Texto: Filme desmistifica pompa do governo americano Índice |
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