São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 1995 |
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Filme desmistifica pompa do governo americano
OTÁVIO DIAS "Meu Querido Presidente" ("The American President") é um filme que cativa o espectador pelas boas atuações de seus protagonistas e pelo ambiente exclusivo em que se passa -a Casa Branca, sede do poder dos Estados Unidos.Logo nas primeiras cenas, Michael Douglas surpreende como o presidente norte-americano Andrew Shepherd. Desmistifica toda a pompa do cargo mais importante do mundo, ao dar ao personagem um tom humano e casual. Esse exercício informal do poder, embora improvável, ajuda o espectador a se sentir em casa nos bastidores da Casa Branca e abre caminho para a história de amor. Também Annette Bening interpreta seu personagem Sydney Ellen Wade, lobista de uma organização ambiental, de forma dúbia. Por um lado, é uma profissional competente, engajada e independente. Por outro, perde o controle ao ser cortejada pelo homem mais poderoso do mundo. Os dois se conhecem quando ela vai à Casa Branca para pressionar o governo a agir em favor da redução de emissão de gases poluentes. O presidente, viúvo com uma filha adolescente, apaixona-se e a convida para reuniões sociais e jantares íntimos na ala residencial da Casa Branca, que passa a ser pano de fundo do romance. O filme, no entanto, não explora suficientemente as implicações do namoro, em especial sua exploração política por parte do adversário republicano de Shepherd, interpretado por Richard Dreyfuss. Também assuntos polêmicos, como redução de gases e controle de porte de armas nos EUA, são tratados de forma superficial. "Meu Querido Presidente" é uma história de amor leve e confortável. O poder fascina, o romance entre Douglas e Bening comove e faz o público rir. É essa a fórmula de seu sucesso. (OD) Texto Anterior: Michael Douglas interpreta o presidente dos EUA Próximo Texto: Cineasta africano luta pela identidade negra Índice |
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