São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 1995
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'Black' bate em R$ 1,00 e fecha a R$ 0,995

JOÃO CARLOS DE OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O dólar paralelo voltou a subir. Chegou a bater em R$ 1,00. Acabou fechando em R$ 0,990 para compra e a R$ 0,995 para venda.
Em dezembro, o "black" acumula alta de 2,05%. Só ontem subiu 0,51%.
O paralelo sobe por conta de uma operação fiscal de pequenos investidores e pequenas empresas.
O "caixa dois" é dolarizado e passa o ano na fronteira. Tradução: IR menor. Em janeiro, volta ao país em papel-moeda. Tradução: também não paga IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Como sempre acontece todo ano, em dezembro, o "black" sobe e, em janeiro, recua.
Para quem tem dólar guardado no colchão, está na hora de, aproveitando a onda, vender.
Em condições normais de temperatura e pressão, o juro elevado deixa o "black" largado.
Quem olha o país por intermédio das taxas de juros imagina que se está vivendo o melhor Natal do século, em termos de vendas.
Quem olha as estatísticas vê um Natal muito próximo do que foi o do ano passado.
Ou seja, é muito bom, mas não é excepcional. Conclusão: o juro continua fora do lugar.
Mais elevado do que precisa, o juro continua desenhando um primeiro trimestre complicado.
Não é por acaso que todos os bancos continuam conservadores no crédito. Existe risco.
O cenário do último trimestre do ano, com Natal embutido, jogava do lado do Banco Central (BC). No mínimo, serviu de justificativa (nem sempre plausível) para um juro na lua.
O do primeiro trimestre de 1996, sazonalmente (e não só) fraco, está mais para o lado do ministro do Planejamento, José Serra -um dos defensores de juros mais baixos dentro do governo.
Nas Bolsas, foi um dia tranquilo. A paulista fechou em alta de modestos 0,09%. O volume negociado cresceu um pouco: R$ 211,784 milhões.
Foi o dia do vencimento do índice no mercado futuro, que se contentou em movimentar 11.820 contratos.
Na segunda-feira vencem as opções (compra ou venda antecipada de ações por preços predeterminados). Já há quem aposte em baixa a partir de terça.

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