São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 1995
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Santos e Botafogo decidem título hoje

Lógica de resultados ameaça 'revival' dos anos 60

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Erramos: 17/12/95
O jogador santista Vágner foi punido por expulsão contra o Flamengo, e não contra o Fluminense, como informa erroneamente texto à pág. Especial-1 ( Decisão) de hoje.
Santos e Botafogo, esta tarde, às 17h, no Pacaembu, saem em busca do título inédito, para ambos, de campeão brasileiro.
A busca do tempo perdido nos anos 60, quando Botafogo e Santos foram as duas maiores expressões do futebol brasileiro exatamente pela excelência de seus ataques comandados por Garrincha e Pelé, mística que cercou as finais deste ano, parece ter naufragado no gramado encharcado do Maracanã, na noite chuvosa da última quarta-feira, a partir dos 25min do segundo tempo da vitória do Botafogo por 2 a 1.
Passou a prevalecer, então, o jogo frio do regulamento, que favorecia o Santos em caso de duplo empate. Ou, então, na atual situação, de uma vitória simples, com apenas um gol de diferença.
Ao Botafogo interessava ampliar o placar, claro. Mas, entre tentar o máximo, correndo o risco de sofrer o empate, e ganhar a vantagem do empate para a partida de hoje, venceu a segunda opção, ainda que para desagrado da torcida botafoguense.
Mas é a torcida do Santos que poderá fazer a diferença nesta tarde.
E foi pensando exatamente nisso que o técnico santista, Cabralzinho, preferiu conter o ímpeto de sua equipe no Maracanã, aceitando o mal menor -uma derrota por diferença mínima de gols.
Além do mais, embora tenha perdido o volante Gallo, suspenso por ter tomado no Rio o terceiro cartão amarelo, e talvez Vágner, punido pelo tribunal da CBF em consequência da expulsão contra o Fluminense, o Santos poderá ter sua defesa titular recomposta, com a volta do zagueiro Ronaldo e do lateral-esquerdo Marcos Adriano.
Assim, liderados por Túlio e Giovanni, os dois ataques que por mais vezes romperam as retrancas adversárias ao longo deste torneio pararam diante da lógica do futebol de resultados, a mesma que permitiu ao Brasil chegar ao tetracampeonato mundial e que tem pontuado as decisões dos anos 90 -um chip de última geração, inserido no jogo da realidade virtual da volta aos 60.

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