São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995
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Ex-governador nega ter recebido dinheiro

EUGÊNIO NASCIMENTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM ARACAJU

O ex-governador de Sergipe João Alves, do PFL, considerou "estranho" o fato de seu nome constar na lista da pasta cor-de-rosa. "Isso é uma molecagem", afirmou Alves.
A pasta cor-de-rosa contém os nomes de políticos que teriam sido beneficiados com doações irregulares do Banco Econômico na campanha eleitoral de 1990. Entre eles estão os senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), José Sarney (PMDB-AP) e Renan Calheiros (PMDB-AL), entre outros.
Esse valor, Cr$ 5 milhões, também reaparece na coluna dos desembolsos realizados, novamente acompanhado por um "OK".
"Lamentavelmente não recebi nenhum dinheiro do Banco Econômico em 1990. Todo o tipo de colaboração que recebi na época está declarada na Justiça Eleitoral", disse o ex-governador.
O ex-governador disse ainda que "é possível que tenham provocado essa molecagem visando encobrir possíveis desvios do banco", disse Alves.
"Eu não sei o que está acontecendo, mas o pior de tudo isso é que não dá nem para processar alguém, já que não existe autor ou autores", disse.
Alves disse que é amigo do banqueiro Ângelo Calmon de Sá, com quem continua, segundo afirmou, tendo um bom relacionamento.
A pasta cor-de-rosa também continha uma outra listagem, enviada pelo então presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos), Leo Wallace Cochrane Júnior, para Calmon de Sá. Na lista da Febraban constam as iniciais do nome do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães. João Alves, porém, não consta dessa lista.

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