São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995
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Blur fica melhor na tela do que no palco

IGOR GIELOW
EDITOR-ADJUNTO DE ECONOMIA

Quando se fala de bandas de rock, uma das maiores bobagens é aquela história de que apenas quem faz um grande show ao vivo realmente tem qualidade.
OK, sem as máscaras providenciadas pelos técnicos em estúdio é possível ter uma noção clara das limitações e/ou virtudes de uma banda. Mas, desde que Brian Eno começou a destilar seu som com sintetizadores na década de 70, o conceito tornou-se discutível.
Bom exemplo é o show da banda britânica Blur que a HBO exibe no dia 3, às 22h30. Gravada em 94, meses antes de o álbum "Parklife" ser aclamado como o melhor do ano no Reino Unido, a performance pode ser confundida com a de qualquer uma das milhares de bandas que aparecem e desaparecem da cena pop britânica a cada mês.
O misto de vocalista e galã "blasé" Damon Albarn canta de forma linear, sem a energia de, digamos, um Bono.
O show, com tomadas burocráticas, é morno para o espectador. Mas isso não é um demérito para a banda: o Blur é uma das poucas que sobrevive no topo há mais de duas temporadas -"The Great Escape", deste ano, foi incensado.
O som da banda, pontuado por metais e sintetizadores, funciona muito mais em um CD-player. Diferentemente do Oasis, outra banda de ponta com a qual o Blur joga um xadrez de marketing desde 94, que funciona tanto ao vivo quanto no estúdio por sua crueza.
Há, porém, duas exceções em termos de animação no show: "Parklife", do disco homônimo, e "There's No Other Way", hit de "Leisure" (91). Albarn e o guitarrista Graham Coxon resolvem mostram serviço e fazem valer os 55 minutos da apresentação.

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