São Paulo, segunda-feira, 18 de dezembro de 1995
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Licenciados também podem trabalhar na área industrial

DA REPORTAGEM LOCAL

A procura pelo curso de licenciatura em química da Unesp (Universidade Estadual Paulista) aumentou cerca de 150%.
A relação candidato vaga passou de 5,9 no ano passado para 15.
Uma das razões foi o convênio da Unesp com a Secretaria de Educação, que isentou 4.883 alunos da rede pública da taxa de inscrição.
A condição para ter isenção era se inscrever em cursos de licenciatura, que formam professores. O número de inscritos para esses cursos cresceu, em média, 30%.
O diretor do Instituto de Química da Unesp em Araraquara, Cristo Melios, 53, tem outra explicação para o crescimento.
Segundo ele, muitas indústrias preferem alunos da licenciatura na hora de recrutar estagiários.
"O currículo dos dois cursos é muito semelhante. O curso de licenciatura tem aulas à noite e os alunos têm tempo para trabalhar."
O curso de bacharelado em química tem aulas em período integral. Segundo Cristo, o currículo é o mesmo até o terceiro ano.
Quem pretende trabalhar na indústria precisa tomar cuidado. Segundo Manlio De Augustinis, diretor-executivo do Conselho Regional de Química, nem todos os cursos de licenciatura tem currículo equivalente ao do bacharelado.
Segundo Augustinis, o conselho deu um prazo até o final do ano para as faculdades equipararem seus currículos ao do bacharelado.
Os químicos são divididos em três categorias: químicos sem tecnologia (licenciados e bacharéis), bacharéis com atribuições tecnológicas e químicos industriais e engenheiros químicos.
Segundo o presidente do Conselho Federal de Química, Jesus Migel Adad, o licenciado e o bacharel podem trabalhar nos laboratórios industriais de controle de qualidade e pesquisa.
O licenciado e o bacharel com atribuições tecnológicas também podem atuar no setor de processos químico-industriais.
Quem tiver cursado, além das disciplinas tecnológicas, as matérias da engenharia química, também podem atuar na área de projetos e instalações de equipamentos.
Sandro Delmonde Moreira, 19, é um dos candidatos ao curso de licenciatura de olho na indústria.
"Não penso em dar aulas. Prefiro o laboratório. Gosto de casos quase impossíveis", diz.

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