São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995 |
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PMDB já descarta reeleição para 1996
CARLOS EDUARDO ALVES
A avaliação é quase unânime entre os caciques peemedebistas. Publicamente, o líder da bancada do partido na Câmara, Michel Temer (SP), limita-se a declarar que a "tendência" do partido é votar contra a reeleição de prefeitos. Ao avaliar os interesses de deputados e senadores, Temer é mais incisivo. "Está muito difícil aprovar a reeleição para 96", acha. Calcula-se que, no Congresso, cerca de cem parlamentares pretendem concorrer nas eleições municipais de 96 e, logicamente, não teriam interesse em disputar contra quem já está no poder. Maluf Nas conversas internas, outros líderes peemedebistas enxergam um motivo a mais para bombardear a tese da reeleição para prefeitos: Paulo Maluf (PPB). O prefeito de São Paulo, segundo líderes governistas, é hoje o maior interessado em manter viva a hipótese de reeleição para 96. Primeiro, é claro, por permitir uma nova disputa eleitoral a ele, com boas chances de sucesso. Além disso, no caso de a tese não emplacar, o prefeito, que não tem um candidato forte até agora para sucedê-lo, está conseguindo inibir o surgimento de alguma candidatura forte entre os seus adversários. No meio político de São Paulo, existe o temor de enfrentar Maluf em 96. O cenário que é vislumbrado hoje no PMDB é a tentativa de pôr em discussão em 97 uma emenda que dê a reeleição para os governadores e para o presidente Fernando Henrique Cardoso. O problema para FHC, se vier a adotar a idéia de lutar pela reeleição só em 97, é convencer Maluf a aceitar o fim do sonho da reeleição. O PPB, que está sendo contemplado com mais cargos no governo, anuncia ter hoje uma bancada de 90 deputados. Esse número é indispensável para o governo em qualquer votação na Câmara. Maluf já disse a FHC que não aceita o "fatiamento" da tese da reeleição, ou seja, que os atuais prefeitos sejam excluídos de uma emenda nesse sentido. Texto Anterior: PFL e PSDB se reúnem para amenizar a crise Próximo Texto: Escolha de empresa foi dirigida, diz ACM Índice |
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