São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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Desemprego cresce em novembro, diz Dieese

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O desemprego aumentou em São Paulo no mês passado, segundo pesquisa conjunta entre Dieese e Seade. O resultado contraria tendência do índice, que é de queda da taxa de desemprego em novembro em relação a outubro.
Em novembro, segundo a pesquisa, a taxa de desemprego chegou a 13,7% da População Economicamente Ativa. Isso significa que, na Grande São Paulo, havia 1,137 milhão de pessoas sem emprego no mês passado. Em outubro, a porcentagem era de 13,4%.
"Pela primeira vez na pesquisa, a porcentagem de desempregados cresce em novembro em comparação com o resultado de outubro", diz Sérgio Mendonça, diretor-técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos). A pesquisa é feita desde 1985.
A porcentagem de desemprego é também a mais alta do ano, segundo a pesquisa.
O comportamento considerado atípico é explicado pelas medidas de redução do ritmo de crescimento da economia.
"A situação de desemprego deve piorar no primeiro trimestre de 1996, quando a indústria reduz as contratações", diz Mendonça. Segundo ele, não há indícios na economia de reversão desta tendência.
Mendonça afirma que, em novembro, foram criados 45 mil postos de trabalho, principalmente no comércio (vendas de final de ano) e na indústria (setores de gráfica e papel, vestuário e têxtil e metal-mecânica).
Houve redução em serviços devido, basicamente, às demissões no setor público.
"O desemprego cresceu porque, apesar da criação de postos de trabalho, um número maior de pessoas se lançou ao mercado de trabalho", diz Mendonça.
Pelos cálculos da pesquisa, 80 mil pessoas procuraram emprego em novembro, quando foram criados 45 mil postos de trabalho.
Em comparação com novembro de 94, a taxa de desemprego cresceu 3,8%. Nestes 12 meses, o desemprego aumentou para a maioria dos segmentos, principalmente para os homens (6,9%), pessoas com 40 anos e mais (21,5%) e chefes de domicílio (5,3%).
Pedro Paulo Martone Branco, diretor-executivo do Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados), diz que em outubro o rendimento médio cresceu 1%, interrompendo a queda observada de março a setembro.
"Este aumento, no entanto, se concentrou entre os trabalhadores autônomos, já que, pelo terceiro mês consecutivo, os salários tiveram queda de 0,7%."

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