São Paulo, terça-feira, 19 de dezembro de 1995
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PC russo articula alianças para junho

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Partido Comunista da Rússia começou ontem a articular alianças para as eleições presidenciais de junho. As apurações parciais confirmam a vitória do partido (veja resultados no quadro).
O líder comunista Guennadi Ziuganov disse que seu partido vai pedir mudanças no governo Ieltsin e uma nova política econômica. "Na verdade, o governo recebeu um voto de não-confiança", disse. Ele pediu a renúncia do governo.
O grupo Nosso Lar É a Rússia, do premiê Viktor Tchernomirdin, deve ficar apenas em terceiro lugar, com menos de 10% dos votos. Além deles, apenas o Iabloko e o Partido Liberal Democrático devem obter as cadeiras em disputa pelo sistema proporcional -que exige no mínimo 5% de votos para garantir a vaga.
Como há voto distrital misto na Rússia, não é possível ainda definir a composição exata da Duma (câmara baixa do Parlamento). Por esse sistema, metade dos deputados é eleita pela votação dos partidos, e a outra, por seus distritos.
As primeiras projeções das eleições distritais também indicavam vitórias comunistas. Os próximos números devem sair hoje, e o resultado final, amanhã.
Um porta-voz do governo disse que o presidente Boris Ieltsin mostrou satisfação com o comparecimento dos eleitores -65%, contra 53% na eleição de 93-, e não comentou a derrota de seu premiê.
Tchernomirdin, pré-candidato à sucessão de Ieltsin, se disse satisfeito com o resultado. "Os comunistas atuam na Rússia há 97 anos; nosso grupo existe há apenas 4".
Hoje, ele deve se encontrar com Ieltsin pela primeira vez após a eleição. Há expectativa de mudanças no governo, devido aos resultados eleitorais.
O chanceler russo, Andrei Kozirev, pode ser o primeiro a ser substituído. Ele anunciou que quer deixar o cargo por ter sido eleito membro da Duma.
Observadores estrangeiros consideraram as eleições russas "livres e justas", principalmente em comparação com a votação de 1993. Houve 95 mil seções eleitorais, em 11 fusos horários.
Além da eleições, houve um referendo na República Autônoma da Bachkíria (sul). Mais de 80% dos eleitores se pronunciaram contrários à liberdade de compra e venda de terras cultiváveis -uma decisão contrária à onda de reformas econômicas no país.

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