São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Menor diz ter atirado em brasileiro nos EUA

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de Miami, nos EUA, prendeu anteontem à noite T.P., 15, acusada de atirar no comissário de bordo brasileiro Claudio Cardoso, 33, durante um assalto no bairro de Overtown, no último domingo.
Cardoso estava acompanhado de Beatriz Alvarino na hora do crime. Os dois, que moram no Rio de Janeiro, se perderam quando tentavam achar a agência de aluguel de carros para devolver o veículo em que viajavam.
Eles pararam para pedir informações a três pessoas. Uma delas, uma mulher negra, teria apontado uma arma para eles.
Cardoso tentou fugir e acabou sendo atingido na nuca quando deu a partida no carro. Ele foi levado ao hospital Jackson Memorial, em Miami, e liberado no mesmo dia. Ainda no domingo embarcou de volta ao Rio.
A polícia chegou a T.P. por meio de uma denúncia anônima. Por volta das 19h de anteontem, duas adolescentes foram presas em Overtown, entre elas T.P., que acabou confessando o crime.
A outra presa, T.B., 16, está sob custódia da polícia aguardando as investigações.
Uma terceira pessoa está sendo procurada, acusada de ter participado do assalto.
Segundo as informações fornecidas pela polícia de Miami à Folha, a adolescente disse em seu depoimento que não tinha a intenção de atirar. Segundo ela, Cardoso só foi atingido porque tentou fugir durante o assalto.
T.P., que completa 16 anos no próximo dia 22, deve permanecer presa pelo menos até o seu julgamento por tentativa de homicídio e assalto à mão armada.
Segundo o tenente Schwarz, oficial da polícia de Miami, a região de Overtown, nos subúrbios da cidade, é muito pobre. No mesmo domingo, uma família mexicana foi assaltada nas proximidades de Overtown, mas se descartou a possibilidade de o assalto ter sido praticado pelas mesmas pessoas.
O policial diz que a região não é perigosa, mas avisa: "Se você está numa grande cidade, como Miami, é necessário saber onde se vai antes de sair de casa."
A Folha tentou entrar em contato com Cardoso ontem, mas foi informada pela Varig, empresa para a qual trabalha, de que ele não falaria sobre o assunto.

Colaborou a Sucursal do Rio

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