São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Fleury não depõe pela 2ª vez sobre caso da Detenção

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho faltou ontem, pela segunda vez, a depoimento no processo que apura o massacre de 111 presos no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, ocorrido em 2 de outubro de 1992.
Uma dor de dente foi o motivo alegado, dessa vez, pelo ex-governador para não ir depor. Seus advogados apresentaram, na 1ª auditoria do TJM (Tribunal de Justiça Militar), um atestado do dentista Hélio Sampaio Filho.
No documento, o dentista diz que atendeu o ex-governador anteontem, às 23h30. Como o problema dentário seria grave, foi recomendado a Fleury Filho que permanecesse repousando em sua casa nas 24 horas seguintes.
O ex-governador é a única testemunha que falta ser ouvida no processo. Seu novo depoimento foi marcado para o dia 7 de fevereiro de 1996. Dessa vez, Fleury Filho será intimado e não poderá marcar data, hora e local para depor.
O ex-governador nunca prestou depoimento oficialmente sobre sua participação no caso. Há duas semanas, seu depoimento havia sido marcado depois de ele ter sido adiado pela primeira vez a pedido do ex-governador.
O MPE (Ministério Público Estadual) vai apurar se o ex-governador pode ser responsabilizado por seus atos ou omissões pelo resultado da ação da PM no pavilhão 9. A informação é da promotora Stella, que acompanha o processo na 1ª auditoria.
"Há provas de que ele sabia da operação da PM bem antes do que foi admitido pela versão do governo", disse.
Stella afirmou que, se obtiver indícios de responsabilidade de Fleury Filho, mandará as cópias das provas ao procurador-geral de Justiça. O ex-governador foi convocado para depor pela defesa dos acusados. Ao todo, 120 PMs são réus do processo.

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