São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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EUA reduzem sua taxa de juros de 5,75% para 5,5%

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Fed (Federal Reserve), banco central dos EUA, determinou ontem corte de 0,25 ponto percentual na principal taxa de juros do país: de 5,75% para 5,50% ao ano.
A redução da taxa de fundos federais, juros que os bancos cobram uns dos outros por empréstimos de overnight, influencia quase todos os negócios de pagamentos a prazo no país.
A decisão do Fed foi considerada surpreendente por muitos analistas. A maioria deles achava que o banco central, na reunião de ontem, iria manter as taxas de juros inalteradas ou aumentá-las.
Um dos motivos por que poucos esperavam para ontem redução nas taxas de juros é o impasse sobre o déficit público federal. O Fed acha essencial diminuir o déficit orçamentário do governo antes de reduzir juros.
Para o governo, a decisão foi como um presente de Natal. Ela parece demonstrar a confiança do banco central (que nos EUA é independente) na política econômica em curso no país.
O presidente do Fed, Alan Greenspan, em sua breve justificativa para a medida, disse que ela se deveu ao fato de que as pressões inflacionárias têm sido "um pouco menores do que se antecipava".
A queda na Bolsa de Valores de Nova York na segunda-feira, considerada por muitos como efeito dos temores de que o Fed elevasse as taxas de juros ontem, pode também ter tido influência na decisão.
Essa é a segunda redução nas taxas de juros determinada pelo Fed desde julho último. Antes, durante três anos, o banco central vinha elevando essas taxas -sete vezes apenas entre julho de 1994 e junho de 1995. Os juros no país chegaram a 6% ao ano. Foram, então, reduzidos para 5,75% e 5,50%.
Outros analistas acham que o corte nas taxas de juros tem como principal objetivo reativar a economia nacional, que vem dando sinais de desaquecimento nos últimos meses.
As compras de Natal, por exemplo, estão sendo consideradas decepcionantes pela maioria dos comerciantes. Uma das causas para o baixo consumo é o crescente endividamento do público com cartões de crédito.

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sobre os juros na pág. 2-4

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