São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Produtor servo-croata mudou estilo do cantor

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando fala sobre a mudança de estilo, Dinho Ouro Preto atribui o fato a uma pessoa, o produtor servo-croata, Mitar Subotic, 34.
"Ele é um gênio dos computadores e um maestro", diz.
Filho de pai sérvio e mãe croata -países que vivem em guerra civil na ex-Iugoslávia- Suba não abandonou Novi Sad (na atual Sérvia) por causa do conflito.
"A gente podia viajar, tinha acesso a todo tipo de informação e os discos mais importantes saiam lá. Para os países ocidentais a gente era leste, para os orientais a gente era oeste. Mas a Iugoslávia ficou pequena para mim", diz.
Fazia trilhas de teatro, seriados de TV, e produzia discos de rock.
Toca piano e acordeão e se formou em composição -se especializando em música eletroacústica. Suas influências incluem Stravinsky, Sex Pistols e Stockhausen.
Em 85, foi para a França, ganhou prêmios da Unesco trabalhando com música étnica. Em 89, aportou no Brasil com uma bolsa da Unesco para estudar Candomblé. Ficou seis meses e conheceu o samba na quadra da Mangueira.
"Na Europa, a parte rítmica é muito quadrada. Quando ouvi o samba, meu cérebro começou a dançar", diz
Voltou para a França, onde ficou até julho de 91. "Estava andando na rua, fazia calor. Passei em frente a uma agência e tinha uma passagem promocional para cá. Deu a louca e resolvi vir."
Nem pensa em voltar para a Europa. "Nada de bom está acontecendo lá. Está paralisada pelo fim de século".

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