São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
Texto Anterior | Índice

Betti se inspira em Columbo

DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de interpretar o detetive Olavo na novela "A Próxima Vítima", o ator Paulo Betti, 40, estará no cinema como outro detetive popular. Ele falou à Folha sobre sua interpretação de Ed Mort, detetive criado pelo escritor Luis Fernando Veríssimo e desenhado pelo cartunista Miguel Paiva.

Folha - Ed Mort é um personagem popular. Esteve nos jornais, livros, televisão. Qual a sua versão preferida do detetive?
Paulo Betti - Conhecia dos quadrinhos. Sabia algumas frases e refrõezinhos dele. Mas, ao contrário dos quadrinhos, o meu Ed não tem bigodinho nem costeleta. A concessão que fiz foi deixar a unha do dedo mindinho crescer.
Folha - Como é o desafio de fazer um personagem que já tinha um corpo e uma cara conhecidas pelo público?
Betti - Não é fácil fazer um personagem conhecido através do desenho. Esta é a primeira dificuldade. É difícil pegar um "cartoon" e transformá-lo. A segunda é o desafio da comédia. Fazer o tipo meio sonso do Ed exige um estudo.
Folha - Os detetives são personagens comuns na TV, no cinema e na literatura. Estas referências ajudam ou atrapalham?
Betti - Não sou fã deste tipo de literatura. Li alguma coisa de Agatha Christie e Dashiel Hammet. Mas minha referência maior foi o detetive Columbo.
Folha - E o detetive Olavo, seu personagem, muito popular na novela "A Próxima Vítima"?
Betti - Há um mês e meio comecei a filmagem do Ed emendando com o detetive Olavo, que vivia na novela "A Próxima Vítima". Hoje (anteontem) estou indo para uma refilmagem da cena final da novela para a versão que vai ao ar em Portugal. Lá, em vez do Cecil Thiré, o assassino será outro. O detetive Olavo da novela foi o laboratório de Ed.
Folha - Seguindo as pistas do Silva (personagem do filme), Ed Mort contracena com personalidades como Chico Buarque, Gilberto Gil, Luiza Thomé e Zé do Caixão. Como são os encontros?
Betti - O Silva é um mestre dos disfarces. O Zé do Caixão, por exemplo, dá um telefonema para o Ed, como um dos disfarces do Silva. A história se passa em São Paulo, nas Grandes Galerias do Largo Paissandu, onde mora o Ed.
Folha - Quais os cenários mais interessantes?
Betti - O mais curioso é o da suíte Quéops, no Motel Faraós, na Rodovia Anchieta. O Ed vai lá e encontra a Luiza Thomé disfarçada de Silva. Quando filmamos as externas, no motel, foi muito interessante. Tudo o que os hóspedes de um motel não esperam é uma parafernália de luzes, flashes e filmadoras na saída de um motel.
Folha - Depois desta fase de detetives, qual seu próximo projeto?
Betti - É como diretor. A estréia está marcada para janeiro, no Teatro dos Grandes Atores, no Rio. É uma peça de Denise Bandeira chamada "Três Maneiras de se Dançar um Tango", com produção da Casa da Gávea.

Texto Anterior: Aventuras de Ed Mort chegam às telas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.