São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 1995
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Síria pede fim de conflito no sul do Líbano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Síria disse ontem que quer o fim dos combates entre Israel e guerrilheiros muçulmanos no sul do Líbano. O chanceler sírio, Farouq al Shara, em viagem pelo Líbano, disse que os guerrilheiros libaneses podem depor as armas depois de um acordo de paz para todo o Oriente Médio.
"É um bom começo para as negociações entre Síria e Israel, porque a Síria tem influência no Líbano. Nós estamos muito alegres que a Síria finalmente achou necessário dizer isso", disse o primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, sobre a declaração síria.
Israel e Síria vão retomar negociações no dia 27 de dezembro. Os pontos mais polêmicos serão a duração e a segurança na retirada de Israel das Colinas do Golã, região síria ocupada desde 1967.
Israel também ocupa região no sul do Líbano desde 1982. O país diz temer ataques junto à fronteira.
Guerrilheiros muçulmanos, principalmente do Hizbollah (Partido de Deus), grupo terrorista apoiado pelo Irã, fazem ataques a soldados israelenses na região.
Ontem, o Hizbollah explodiu uma bomba perto de um oficial israelense, deixando-o ferido.
A Síria tem 35 mil soldados no Líbano e exerce grande poder junto aos guerrilheiros do país.
Israel e Síria concordaram anteontem em dez pontos para o início das negociações. Com esses pontos, a paz seria alcançada em dez meses, antes das eleições parlamentares em Israel.
O premiê Shimon Peres enviou 11 propostas à Síria, mas o presidente sírio, Hafez al Assad, recusou a idéia de um encontro de cúpula com Peres.
Os dez pontos são: negociações sem condições prévias; preferência dada à essência das negociações e não ao procedimento; influência do conteúdo das conversas na duração das mesmas; distinção entre os pontos que podem ser facilmente resolvidos e os polêmicos; negociação com todas as questões ao mesmo tempo; acordo definitivo para o conflito na região; criação de uma cooperação econômica entre os dois países; continuação dos EUA no papel principal em negociações com a Síria; calma na fronteira entre Israel e Líbano durante negociações; conversas informais, com encontros públicos e secretos.

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